Nesse dia das mulheres eu gostaria de fazer uma singela homenagem às leitoras do blog. Para juntar o tema mulher e Alemanha e, como não poderia ser diferente, puxando um pouco para a história, trago aqui para vocês os eventos mais importantes que aconteceram em Berlim e na Alemanha relacionados às mulheres e seus direitos.
Vem comigo:
Conquista do direito ao voto
Em novembro de 1918, a primeira guerra mundial estava no fim.
No dia 9 de novembro (essa data é marcante na história alemã), Philipp Scheidemann proclama a república a partir do prédio do Reichstag, o prédio do parlamento alemão.
Três dias depois, uma proclamação ao povo alemão (An das deutsche Volk) garantia o direito feminino ao voto.
Assim, todas as mulheres com mais de 20 anos tinham o direito ao voto passivo e ativo, ou seja, podiam votar e ser votadas.
É importante lembrar que, nessa época, poucos eram os países onde as mulheres tinham esse direito.
A Alemanha realmente saiu na frente de vários outros países, como EUA, Espanha, França, Holanda, Itália, etc. -(neste link da Wikipedia dá para ver a lista por ano e por país do direito feminino ao voto)
No Brasil, as mulheres só conseguiram esse direito em 1932. Achou tarde? A Suíça, por exemplo, só garantiu esse direito às mulheres em nível federal em 1971!
É claro que essa conquista não veio do nada.
Já em 1902 – só para não voltar muito no tempo – mulheres como Minna Cauer, Anita Augspurg e Lida Gustava Heinemann já lutavam pelo direito ao sufrágio feminino.
Depois da I Guerra Mundial, as mulheres alemãs gozavam de uma liberdade muito maior que em outros países, já que muitos homens tinham morrido e as mulheres tinham tomado as rédeas em várias áreas.
Infelizmente, em 1933, os nazistas chegam ao poder. Com eles as mulheres continuam podendo votar, mas não podem mais ser votadas – continuam, portanto, com o direito ativo ao voto.
O protesto das mulheres contra o nazimo
Na semana passada, publiquei aqui no blog um post apresentando o memorial da Rosenstrasse aqui em Berlim.

Ele conta a história das mulheres que lutaram por seus maridos, noivos e irmãos judeus que seriam levados aos campos de concentração.
Essas mulheres passaram 6 dias nas ruas lutando por seus entes e conseguiram livrá-los da perseguição.
Esse protesto foi um enorme ato de amor e de coragem e o único desse tipo em toda a ditadura nazista.
A importância da mulher no pós-guerra
Trümmerfrau
Depois de toda a destruição causada na II Guerra na Alemanha (escrevi dois posts sobre isso aqui e aqui), o país não só fica em ruínas, mas parte importante dos homens tinham morrido ou estavam como prisioneiros.
E quem ficou pra tirar essas ruínas do meio da rua? Elas.
No ano de 1945 criou-se um termo em alemão: Trümmerfrau, que significa mulher das ruínas.
Várias fotos da época mostram verdadeiras tropas femininas transportando tijolos e limpando as ruas de entulhos e ruínas.
É verdade que hoje há uma discussão sobre a glorificação e exagero acerca do papel dessas mulheres na reorganização e reconstrução das cidades. (vide a pesquisa que a historiadora Leonie Treber publicou em seu livro “Mythos Trümmerfrauen“)
Aparentemente, foi menos significativo do que foi propagado nas primeiras décadas depois da II Guerra, mas ainda assim, elas cumpriram um papel importante na reconstrução da Alemanha pós-guerra.
“Homens e mulheres são iguais perante a lei”
Em 1949, com a criação da RFA (República Federativa da Alemanha) e da constituição alemã, a Grundgesetz, homens e mulheres são postos iguais perante a lei, como se pode ler no artigo 3:
“Männer und Frauen sind gleichberechtigt.”
Mulheres na Alemanha de hoje
Só pra completar a história e essa postagem, vale a pena mencionar a eleição da primeira Chanceler da Alemanha.
No dia 22 de novembro de 2005, Angela Merkel foi eleita pelo parlamento alemão – no mesmo Reichstag – a primeira Chanceler da Alemanha, tornando-se, portanto, uma das pessoas mais poderosas do mundo.
Só pra terminar – agora de verdade (!), a revista Forbes divulgou uma lista com os melhores países para as mulheres.
A Alemanha aparece em 11º lugar, na frente de países como Estados Unidos, França, Reino Unido, Canadá, etc.
Dá uma olhada no ranking da Forbes aqui.
Fontes:
“Im Detail: Geschichte des Frauenwahlrechts in Deutschland” do Ministério alemão da família, mulheres e idosos – em alemão
Lista de países por ano que implementaram o direito ao voto feminino na Wikipedia – em inglês
Posts relacionados:
O 9 de Novembro na Alemanha
Como visitar a cúpula do Parlamento alemão
O protesto das mulheres contra o nazismo
Alemanha, 1945: a paz não começa com o fim da guerra
Berlim, 1945: a paz não começa com o fim da guerra
Show o post, bem informativo, certas coisas, não tinha idéia. Muito bom! Até o próximo.
Muito obrigado, Lucienne. Fico feliz que tenha gostado. Continua acompanhando que a gente sempre tem umas coisinhas legais… 🙂
Muito bom o post. Parabéns!
Obrigado, Cristina. Fico feliz que você tenha apreciado.
muito bom! vou compartilhar! beijo grande
Opa Helo, obrigado por comentar e compartilhar. Beijo
[…] Desde 1918, por exemplo, as mulheres alemãs conquistaram o direito ao voto. A Alemanha foi um dos primeiros países com essa garantia. Já escrevi um pouco sobre as conquistas das mulheres aqui. […]
Olá tudo bem sou CELMA LIMA .Gsto muito da palavra cultura , tenho amor pelas nacoes , e amo a cultura da Alemanha , tem coisas que descartamos , mais em fim amo esse país ,chamado Alemanha , amo meu Brasil claro , mas também , amo deutschalnd ……………..
Que bacana, Celma! Obrigada pelo comentário! 🙂