Topografia do Terror: o muro de Berlim em seu formato original
Esse é o local onde o muro de Berlim está em seu formato mais original.
São 200m de muro, com exceção de alguns buracos, completamente preservados e intocados. Hoje o pedaço é tombado e faz parte do memorial da Topografia do Terror.
Esse trecho era, portanto, o que o ocidente via e chamava de muro de Berlim, por se tratar da faixa externa do complexo. Ou seja, aquela que, apesar de 3m recuada, dividia o oriente do ocidente (aliás, isolava a Berlim ocidental).
Além da faixa externa, havia uma faixa interna que corria paralela por dentro do setor oriental. Isso era o que facilitava a segurança de fronteira, a qual buscava a todo custo evitar a fuga de berlinenses e alemães orientais para a Berlim ocidental. Essa faixa tem o apelido de “faixa da morte“.
Apesar de o trecho do muro de Berlim na Topografia do Terror ser o mais original, todo o memorial se volta a outro período obscuro da história do século XX: o nazismo.
A topografia do terror fica no centro de Berlim, próxima ao Checkpoint Charlie, ao antigo prédio da Luftwaffe e à Potsdamer Platz.
Memorial do muro de Berlim: uma rua destruída pelo muro
Se você tem curiosidade em saber como era a chamada “faixa da morte”, o vão entre os dois muros paralelos que mencionei no ponto anterior, vá até o Memorial do muro de Berlim.
O Memorial do muro de Berlim não tem os trechos mais originais do muro, mas fica numa rua em que o muro deixou muito profundamente as suas marcas.
A Bernauer Str. é uma avenida entre o bairro do Mitte (Berlim oriental) e o bairro de Wedding (hoje “Mitte” também, mas antes na Berlim ocidental).
Como seus prédios ficavam bem na divisa entre os dois bairros, inclusive possibilitando a fuga dos orientais através deles, o governo comunista resolveu demolir toda a rua.
Os prédios foram colocados abaixo, assim como uma igreja. O cemitério, inclusive contendo veteranos da primeira guerra mundial, foi profanado. Eles nem se preocuparam em deslocar todos os corpos, que ficaram ali no meio da faixa da morte por um bom tempo.
O Memorial do muro de Berlim é composto de um centro de visitantes, onde você pode ver um filme bem explicativo sobre o muro de Berlim (em alemão e em inglês), da torre para ver a faixa da morte de cima, além também de uma série de exposições ao ar livre ao longo do memorial na avenida Bernauer Str.
Você pode descer na estação Nordbahnhof, explorar inclusive sua exposição sobre estações-fantasma (estações desativadas com a construção do muro de Berlim) e caminhar por todo o memorial do muro até o U Bernauer Str.
Se possível, combine com uma ida ao Mauerpark aos domingos e/ou com um passeio pelo bairro de Prenzlauer Berg.
East Side Gallery: o muro de Berlim transformado em galeria de arte
Eu acho que a East Side Gallery é o mais famoso entre os lugares para ver o muro de Berlim. O que não necessariamente significa que seja o melhor ou o mais original.
O trecho do muro na East Side Gallery tem mais de 1 km de extensão, sem contar os recortes que ele foi ganhando à medida que o crescimento imobiliário foi acelerando na região.
Ele era o muro interno. Aquela barreira que vinha antes do muro de Berlim, seguido da faixa da morte, e depois vinha o trecho do muro propriamente dito.
Entretanto, nessa região, como o rio Spree pertencia à Alemanha Oriental, havia “apenas” a barreira interna e faixa da morte, seguida do rio também vigiado. Na outra margem do rio Spree, nessa altura, encontra-se o bairro de Kreuzberg.
Após a queda do muro de Berlim, o artista Thierry Noir, já conhecido por ser o primeiro a usar o muro como tela, só que do lado ocidental, inicia uma ação de pintura no lado oriental do muro.
Mais de 100 artistas vieram dos quatro cantos do mundo para pintar os quase 1.3 km de muro “do lado leste” – aquele que antes inspirava tanto terror.
Não vou detalhar muito, pois a East Side Gallery já possui um post próprio aqui no blog, um dos primeiros posts publicados aqui. Dá uma lida!
Para ir até a East Side Gallery, vá ao S Ostbahnhof e caminhe por toda a galeria até o final, na bela ponte Oberbaumbrücke.
Recomendo aproveitar para cruzar a ponte Oberbaumbrücle e fazer um passeio por Kreuzberg, temos um roteirinho nesse post aqui.
Potsdamer Platz: a praça afundada na faixa da morte do muro de Berlim
Com o muro de Berlim, a área ao redor da Potsdamer Platz ficou completamente dentro da faixa da morte, uma das mais largas de toda a extensão do muro.
A praça hoje é bastante moderna, mas mantém algumas marcas do seu passado. Lá você pode ver trechos do muro intercalados de uma exposição mostrando o antes e o depois do muro de alguns locais icônicos da cidade.
Eu já tenho um post bem completo sobre essa praça que carrega tanta história e recomendo a leitura antes de visitá-la (e/ou nos contratar para um passeio guiado na cidade). 😉
O trecho do muro de Berlim na Potsdamer Platz está todo modificado. É comum as pessoas colarem chicletes nele… mas o significado dessa polêmica ação fica em aberto.
Eu prefiro acreditar que é uma forma de revolta; uma forma de mostrar que aquele muro que tanto amedrontou, hoje leva o que as pessoas podem deixar de mais nojento.
Apesar de não ser um trecho muito original, ele foi recolocado onde realmente passava e dá uma boa noção do tamanho, largura e da própria existência do muro.
Como é numa praça muito central, é uma boa opção para quem não tem muito tempo na cidade e quer ver os principais monumentos da cidade, incluindo o muro de Berlim.
The Wall Asisi Panorama: a experiência sensorial do muro de Berlim
Todos esses lugares anteriores possuem trechos do muro de Berlim, vivenciaram o período violento de isolamento da Berlim ocidental e hoje apresentam as suas marcas.
Mas em nenhum deles o muro está vivo. Claro. Agradecemos todos os dias que esse muro tenha caído.
Só que é comum a gente querer sentir como era a cidade com o muro, como as pessoas reagiram, como era a vida além do muro, entre outras válidas questões.
Uma forma de saciar essa curiosidade e de sentir o muro de Berlim vivo novamente é através da obra de arte do Asisi.
O artista Yadegar Asisi constrói panoramas gráficos de momentos históricos e tem obras espalhadas pela Europa. Aqui em Berlim temos o The Wall.
O The Wall é um panorama gráfico que mostra o dia-a-dia num outono da marcante década de 80 no bairro de Kreuzberg. O contraste dos diferentes cotidianos em cada lado da cidade fica bem claro. E também a faixa da morte.
Acompanhado de música, você ainda poderá ver cenas cotidianas de mais de 25 anos da existência do muro de Berlim.
Para visitar o Panorama “The Wall” basta ir até o Checkpoint Charlie. O Panorama e a exposição ficam num grande container preto em formato cilíndrico (Endereço: Friedrichstr. 205).
Recomendo comprar os ingressos com antecedência, você pode comprar de forma rápida e simples na GetYourGuide, nossa parceira: basta seguir com o processo de compra super fácil e rápido aqui.
O preço é o mesmo do local, com a vantagem de que você não enfrenta eventuais filas. Pode entrar direto com o voucher adquirido pela GetYourGuide, seja impresso ou no celular.
Adultos pagam 10 euros. Tem preços reduzidos para crianças e jovens até 20 anos. Confere direto no GetYourGuide – as informações estão em português. O ingresso valerá o dia inteiro.
Planejem a Checkpoint Charlie e a Topografia do Terror.
Quer conhecer o muro de Berlim e entender a sua história?
Então entra em contato com a gente para agendar um passeio guiado pela cidade. Nós somos guias em Berlim e o nosso foco é história, cultura e filosofia.
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Oi, Nicole. Tudo bem? 🙂
Seu post foi selecionado para o #linkódromo, do Viaje na Viagem.
Dá uma olhada em http://www.viajenaviagem.com
Até mais,
Bóia – Natalie
Olá, Natalie!
Muito obrigada por passar por aqui e nos prestigiar. É sempre uma honra fazer parte do #linkódromo do Viaje na Viagem.
Abraços!
Nicole