Nós já escrevemos que o Muro de Berlim caiu no fatídico dia 9 de novembro de 1989 e que aquela data ficou marcada como fim de uma era.
Era o fim da chamada Guerra-Fria, que já vinha desde 1945 com a polarização mundial entre os EUA e a União Soviética.
A queda do muro representava a unificação dos alemães como povo. Mas e a reunificação alemã em termos políticos e territoriais?
A reunificação alemã não foi tão fácil assim
Mas é claro que a reunificação alemã, sob o ponto de vista da política, diferentemente da queda do muro, não poderia ter acontecido da noite para o dia.
Foi quase um ano de intensas negociações entre o então Chanceler alemão, Helmut Kohl, os governos das potências do pós-guerra e os ainda governantes da Alemanha Oriental.
O muro cai, como já dito, em 9 de novembro de 1989, mas a reunificação política só acontece totalmente no dia 3 de Outubro de 1990. E é isso que comemoramos hoje aqui na Alemanha.

As primeiras dificuldades da reunificação alemã
É claro que uma Alemanha reunificada assustava muita gente. Um dos maiores causadores de problemas do século XX ameaçava voltar com toda a força.
“We beat the Germans twice, and now they’re back.” (Nós derrotamos os alemães duas vezes e agora eles estão de volta).
Essa foi uma frase da Dama de Ferro, a Primeira Ministra britânica Margareth Thatcher quando soube das intenções do Chanceler Helmut Kohl.

Mas não só os britânicos ficaram apreensivos. Os franceses também ensaiaram dificultar a reunificação alemã, já que uma desproporcional potência econômica vizinha seria muito vergonhoso para a França.
Somente quando Kohl prometeu uma futura união monetária e política, com Alemanha e França lado a lado, é que as lideranças da França passaram a aceitar.
Kohl também teve que prometer à União Soviética que o exército alemão ficaria muito menor. E os EUA, na época sob o comando de George Bush pai, aceitou a reunificação alemã desde que o “novo país” fizesse parte da Otan e se integrasse no eixo ocidental.
As negociações com a Alemanha Oriental
O Chanceler alemão aceitou negociar com o comando da Alemanha Oriental somente se eles aceitassem a economia de mercado e livres eleições.
Houve eleições na Alemanha e a Allianz für Deutschland (Aliança pela Alemanha), dominada pelo CDU de Kohl, teve uma vitória enorme, com 48% dos votos. A socialdemocracia conquistou 20% dos votos e o PDS, Partei des Demokratischen Sozialismus (Partido do Socialismo Democrata), que representava os herdeiros políticos do já sem representatividade SED, obteve 16% do pleito.
Finalmente uma Alemanha Unificada e Soberana
Depois das intensas negociações e das eleições gerais, pela primeira vez desde 1945, a Alemanha voltava a ser tratada como um país 100% soberano, e passava a ver os outros países, inclusive as potências que a derrotaram, em pé de igualdade.
No dia 3 de Outubro de 1990, a Grundgesetz (Lei Fundamental) entrava em vigor em todo o território alemão.
O Presidente da Alemanha na época (sim, o cargo existe e não é o mesmo que Chanceler), Richard von Weizsäcker, proferiu a seguinte frase em um de seus mais célebres discursos:
“O dia chegou. O dia em que pela primeira vez, na história de toda a Alemanha, o país encontra seu lugar duradouro entre as Democracias Ocidentais.” (numa tradução bem livre minha)
Fontes:
Site – www.spiegel.de/international/europe/the-iron-lady-s-views-on-german-reunification-the-germans-are-back-a-648364.html
Livro – Peter Zolling, Deutsche Geschichte von 1871 bis zur Gegenwart.2009
[…] Para entender melhor o processo de reunificação alemã, dá uma olhada nesse post lá no Agenda Be… […]
Oi pessoal do Agenda Berlim. Parabéns pelo blog. Estive em Berlim em outubro e aproveitei bastante as dicas de vocês para passeios, transporte, museus e tudo mais. Gostei muito dai e pretendo voltar.
Um abraço
Que maravilha, Rita! Fico feliz que tenhamos ajudado na sua viagem!
Muito obrigada por passar aqui.
Abraços!
Nunca tive interesse pela Alemanha. Mas, quando assisti pela TV a queda do Muro de Berlim, em 1989, me lembro de ter pensado: momento histórico, que meus filhos estudarão nos livros… Foi de arrepiar!
Vou com marido e filha, agora em julho, pra Berlim, seguindo as dicas de vcs, e imagino que vamos nos emocionar relembrando essa data.
Na verdade, ir a Berlim foi algo decidido recentemente após ler blogs como o de vcs. Na volta, posto por aqui nossas impressões. Obrigada pela ajuda em todos os posts! 😉
Abs.
Que coisa boa de se ler, Leo. Fico feliz que vocês estejam vindo e que o nosso blog tenha ajudado nessa decisão.
Com certeza vocês irão curtir bastante.
Obrigada pelo comentário!
Abraços!